Capitã Marvel | Marvel entrega seu filme mais fraco, e sua personagem mais forte
Chegou ás telas de cinemas de todo o mundo, a tão esperada estreia de Carol Danvers como Capitã Marvel, e o filme já é um sucesso quando se fala em bilheteria, com apenas 10 dias em cartaz, o longa já arrecadou 760 milhões de dólares, sendo o filme mais assistido do ano, até aqui.
Mas porque o filme está polarizando tanto as opiniões? Apenas "haterismo", tentativa de boicote, ou tem alguma razão nisso? Já respondemos que sim, existem muitas críticas para este filme, que sem dúvidas, é um dos piores da Marvel Studios, e sem dúvidas, o mais fraco.
O filme é dirigido por uma dupla de iniciantes, Anna Boden e Ryan Fleck, que infelizmente não conseguem brilhar neste filme, mas não chegam a comprometer, a fórmula Marvel está lá, mas a dupla não conseguiu transcender a já conhecida estrutura de filmes do MCU, e merecem uma nota na média por seu trabalho aqui.
As cenas de luta são fracas, confusas, e nem mesmo o cenário ajuda, levando em consideração que é um filme espacial, o visual não impressiona, ainda mais quando temos os tão recentes filmes dos Guardiões da Galáxia para comparar, deixando o filme da Capitã Marvel um pouco sem cor, sem inspiração.
O filme se passa nos anos 90, durante a guerra Kree-Skrull, famosa nos quadrinhos, e muitas cenas com referências eram esperadas, já no trailer vemos telefones-orelhões, a finada rede de locadoras Blockbuster, e uma trilha sonora típica dos anos 90, que no início traz a esperada nostalgia, trazendo o espectador para um lugar conhecido, muito agradável e divertido, mas isso logo acaba se tornando um problema, uma vez em que forçam dezenas de referências durante o filme, muitas vezes fora de contexto, apenas para preencher o roteiro do filme.
Em termos de atuação, assunto que também está dividindo muitas opiniões, não temos nada acima da média, mas também nada abaixo, talvez a expectativa que atores como Jude Law (Yon-Rogg), Ben Meldensohn (Talos) e a veterana Annette Benning (SPOILER) pudessem entregar mais pelos seus respectivos papéis tenha feito com que a maioria do público ficasse desapontada, mas o roteiro não favoreceu a atuação de nenhum coadjuvante neste filme, e teve um esforço bem grande dos talentos de Brie Larson (Carol Danvers) e Samuel Jackson (Nick Fury) para tornar estes personagens interessantes, e eles sim conseguiram!
Nick Fury está em seus dias iniciais na Shield, ainda nos anos 90, e mesmo que seja tratado muitas vezes como alívio cômico no filme, com cenas patéticas e repetitivas com o fofíssimo gato Goose, é sempre maneiro ver Samuel Jackson em qualquer papel, porque o cara é simplesmente maneiro, e isso compensa o roteiro cheio de coincidências e mais furos que um queijo-suíço.
Brie Larson é uma heroína confiante que nunca se entrega para as adversidades, sempre demonstrando que tem muito mais poder que seus adversários, mesmo que não o controle em definitivo, e este é um dos maiores problemas do filme, uma vez em que você nunca acredita que Carol esteja realmente em perigo. Mesmo acorrentada, cercada por adversários ou sem mesmo poder utilizar seus poderes, Carol é muito superior a qualquer situação, tirando a sensação de perigo real no filme.
Mas em contra-mão, sua atuação é firme e convincente, sua postura de heroína é invejável, e você acredita mesmo que ela seja a personagem mais poderosa do MCU, ela te passa todo esse poder, e isso emociona
Agora o motivo para tantas críticas em relação ao filme, que tem um elenco famoso e renomado, é que personagens poderosos como Ronan, e os próprios Skrulls, nunca apresentam real ameaça no filme. Ronan é novamente, e provavelmente pela última vez, sub-utilizado no longa, tratado novamente de uma forma cômica e extremamente desanimadora. Já os Skrulls servem como uma grande quebra de expectativa no filme, agradando muitos, e chateando outros. Foi ao menos surpreendente, e tocou em um ponto relevante de nossa sociedade hoje em dia, mas não vamos estragar esta experiência sua te enchendo de Spoilers, certo?
O Filme carece de um clímax, que poderia ter sido muito bem resolvido com os elementos que tinham na mão, mas que foram muito mal utilizados, por isso sendo o mais fraco da Marvel Studios até aqui.
Se por um lado o roteiro é cheio de furos, e isso incomoda demais durante o filme, por outro, o filme cumpre o papel de entregar uma personagem fortíssima, e isso deve repercutir tanto na nossa sociedade, quanto em todo futuro do MCU, já declarada como a próxima líder da Marvel nos cinemas, no lugar de Tony Stark (Robert Downey Jr.), Carol Danvers é a heroína total, passando por todos os preconceitos da sociedade, sempre deixada para trás, sempre menosprezada, sempre o sexo frágil, sempre em segundo plano, mas que supera tudo isso, e mostra que seu poder sempre foi maior que todos admitissem, porquê todos tentavam controla-la, a diminuindo.
Carol se coloca no meio da guerra Kree-Skrull, e se mostra poderosa o suficiente para dar um fim nisso, tamanho o poderio desta mulher.
Carol caiu diversas vezes, mas sempre se levantou, e este é grande mérito deste filme, a realidade que implica em cenas chaves, mostrando que ela sempre foi poderosa, muito antes de ter poderes de fato.
Capitã Marvel tem a magia da Marvel nos cinemas, e se salva por isso, e muito pela atuação da Brie Larson, esperamos por um futuro justo á personagem no futuro, que faça jus ao tamanho desta personagem.