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Creed II | Sequência constrói legado próprio para o protagonista


Creed II se consolida como uma das maiores franquias atuais.

Creed II é de fato a sequência direta de seu filme predecessor, mas com certeza cumpre o papel de responder muitas questões deixadas em Rocky IV, de 1985.

O filme começa poucos anos após o primeiro Creed de 2015, e mostra um Adonis muito maior, tanto fisicamente como figura para o esporte, muito mais preparado, próximo de seu auge. E a maneira de mostrar isso foi a melhor maneira possível, já com a luta valendo o cinturão de campeão mundial de Boxe, contra um velho conhecido de Adonis: SEM SPOILERS POR AQUI.


Alcançando o título, Adonis está completo como esportista! Não existe mais degraus para subir, apenas a exaustante luta para se manter no topo, então o foco do filme se volta para suas vidas no cotidiano, vidas normais, e é aqui o diretor nos leva para o lado mais interessante do filme, seus dramas e situações cotidianas. Adonis quase sempre se vê interagindo com sua mãe, Rocky ou Bianca, que dão um show á parte no quesito química entre os atores e personagens. Sério. Se caso Michael B. Jordan e Tessa Thompson sejam comprometidos na vida real, até seus companheiros torcem para o casal nos cinemas, você simplesmente TEM que torcer pra eles, são irresistíveis.


Mas é no momento em que Bianca corre contra o tempo para curtir sua música, antes que sua condição seja progressiva e fatalmente á deixará surda, e Adonis se preocupa em focar no seu próximo desafio que a vida dos dois se transforma drasticamente: Adonis a propõe em casamento, um novo membro familiar da família Drago aparece em cena, e o casal descobre que estão esperando um filho.

Essa é a escala que o filme tem, e é aonde alcança seus melhores momentos, mas também comete alguns deslizes.

Creed x Drago: De 1985 para 2019!

Bem diferente de sua aparição anterior, o personagem de Dolph Lundgren ganha uma humanidade que até então não havia sido explorada no personagem. Ele está destruído a derrota para Balboa fez com que ele perdesse tudo e, mesmo assim, ele tenta se manter com desejo de vingança, e quer continuar sua luta pelas mãos de se filho, tratando de uma bela maneira os relacionamentos tóxicos que alguns pais vivem com seus filhos, em uma espécia de suborno familiar, Drago se vê com a obrigação de acompanhar o desejo de seu pai, mesmo que para isso os dois nutrem uma relação menos íntima possível. Após uma vergonhosa batalha de marketing, apelando para provocações se referindo á Apollo Creed, Adonis se vê totalmente perdido em suas emoções, se mostrando muito longe de ser aquele homem e lutador completo, no auge, e sim ainda em fase de muito desenvolvimento, e muito frágil com relação a seu pai.


O filme foca principalmente em contextualizar á luta interna de Creed e Viktor Drago, fazendo com que ambos personagens sejam totalmente relacionáveis, para quebra-los ambos, fisicamente e emocionalmente. Esta sequência é filme muito mais dramático que seu predecessor, pois é aqui que os seus mais antigos demônios interiores tem que ser exorcizados, mesmo que pra isso toda sua vida seja posta á perder. Agora é sobre os seus legados, que mesmo que criados nas sombras da batalha entre seus pais, diz muito sobre tudo que passaram até aqui, em suas carreiras e na formação de seu caráter. Ambos querem provar seu valor, criar sua própria história.

O filme é um pouco apressado para mostrar tantos conflitos e tentar trabalha-los com a mesma qualidade, o que não se obtém, mas não faz com que o filme perca qualidade.

Rocky, Creed e Bianca.

Mostrando um talento natural para dramas pessoais, o novo diretor Steve Caple Jr. foi muito bem no seu papel, mas deixou claro que ainda está muito aquém de seu predecessor, que deixa sim um pouco de saudade. Apenas como produtor executivo nesta sequência, Ryan Coogler demonstra um domínio maior no jogo de câmera, especialmente em suas lutas, com planos sequência incríveis. As lutas aqui são sim muito impressionantes, mas muito pela sua escala, pelo tamanho de Drago e pela musculatura de Creed, mas ainda muito mais visuais do que tecnicamente, como nas lutas do primeiro longa metragem.


Os quarenta minutos finais deste filme são um teste para qualquer resistência lacrimogênea que você possa ter, dá um nó na garganta dos mais duradouros que tive em uma sala de cinema, é extremamente, visceralmente real e empático. É incrível o alcance emocional que os personagens conseguem alcançar neste filme, mesmo o iniciante Drago, com meia dúzia de palavras no filme todo, consegue emocionar em suas cenas.


O papel de Rocky Balboa neste longa é claramente de coadjuvante, não mais dividindo os momentos do filme como no primeiro Creed, mas muito mais como figura paterna, dentro e fora dos ringues, mas também uma pessoa já sem propósito na geografia do filme, ainda impressionante em sua atuação, Stallone declarou que está foi sua última aparição no universo de Rock Balboa, mas não vamos entrar nestes detalhes.

Sem querer ser repetitivo, falando novamente do relacionamento de Adonis e Bianca, aqui ele é muio bem trabalhado fora e dentro dos ringues também, em uma das cenas mais maneiras do filme todo, que vocês com certeza vão lembrar de ter lido por aqui!


Bianca, sua filha Amara e Adonis.

Creed II é um filme incrível e com certeza está caminhando á passos largos para se tornar uma das maiores franquias que temos no cinema atualmente. Torcemos para mais filmes com esta qualidade, seguindo o legado que Balboa deixou.











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