Titãs | Os jovens heróis iniciam nova era de séries da DC da melhor forma possível
A série inicia uma nova era de séries da DC, não na televisão aberta agora, e sim em plataformas de streamming, primeiramente exibindo seus 11 capítulos de forma semanal no canal DC UNIVERSE, e posteriormente chegando em sua íntegra na Netflix.
E já adianto que a série me agradou demais! Existe sim uma parte do público que não gostou nada das adaptações dos personagens, do clima mais adulto da série e principalmente por destoar totalmente dos saudosos desenhos que passavam na Cartoon Network.
Existe uma resistência muito grande ao que foge da nossa zona de conforto, e isso é muito forte no meio geek, principalmente quando modificam a etnia, sexo ou aparência dos personagens, mas no caso aqui, o roteiro é tão bem trabalhado, o elenco está tão afinado em atuações e reencarnação dos personagens, que nada me incomodou, pelo contrário. Por exemplo, tenho muito mais curiosidade em saber mais desta Estelar, completamente violenta, confiante e sem suas memórias, que a que caiu na terra fugindo dos alienígenas que á escravizaram em sua origem nas hq´s (The New Teen Titans #1).
A série tem em seu núcleo principal quatro dos mais famosos personagens que já passaram pela equipe dos Titãs, sendo eles, Robin (Dick Grayson \ Brenton Thwaites), Mutano (Ryan Potter), Ravena (Teagan Croft) e a Estelar (Anna Diop), contamos também com aparições de outros personagens, mas não vou estragar sua experiência contando todos os spoilers, certo?
A trama principal tem dois personagens que puxam as ações da série, são eles a Ravena e o Robin, que destoam um pouco de suas versões nos quadrinhos, mas bebem muito da essência que Marv Wolfman e George Perez criaram nos aos 80. Uma jovem, confusa e poderosa Ravena tem pesadelos constantes, que variam entre seus demônios internos e um jovem herói que pode te salvar: Dick Grayson, ex-Robin, ou atual Robin, nem mesmo ele sabe!
Agora Detetive da cidade de Detroit (Sim, Dick fugiu do Batman e de Gotham), Dick Grayson tenta exorcizar a influência que o legado do Batman cravou em sua alma, mas o chamado para a luta contra o crime sempre derrota sua resistência, o que nos leva á provavelmente, as coreografias de lutas mais bem feitas em séries de super-heróis, e também seus uniformes. São tão fieis que o que tem de ser ridículo é propositalmente ridículo, e o que tem que ser maneiro é MUITO maneiro.
Algumas das críticas da série foram por uma suposta "enrolação" para trabalhar a trama principal, mas isso foi primordial para desenvolver a personalidade e o entrosamento do elenco, e também apresentar novos personagens. Afinal, na própria saga de Ravena e Trigon nos quadrinhos, o vilão demora um pouco para aparecer, e isso não tira o brilho da jornada, mas pelo contrário, traz uma ansiedade e expectativa que são raras nos textos tão vagos de séries atuais.
Um dos maiores, senão o maior acerto da série foi em Dick Grayson, e em seu ator, Branton Thwaites, que curiosamente, quase ficou fora da série.
Os melhores episódios são os focados nele, que conseguiu captar muito da essência que o próprio Dick tinha nos quadrinhos, na fase em que estava se distanciando de Batman e Robin para se tornar o Asa Noturna. O ator tem muito carisma, se aproximando muito do ator Grant Gustin, que capitaneia as séries da CW, vivendo o papel de Barry Allen, o Flash.
A série tem sim seus erros e exageros, e a violência pode ser sim um destes erros, mas o saldo em uma série de super-herói não é tão positivo desde a terceira temporada de Demolidor.
Titans com certeza merece sua atenção, e talvez um pouco de boa vontade e falta de saudosismo. Não esperem ver Tenn Titans Go! nem nada do tipo, mas sim uma boa história de super-heróis.