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Operação Overlord: Guerra e Terror


A Segunda Guerra Mundial é uma fonte inesgotável de inspiração para o cinema. Desde pouco depois do término do conflito até os dias de hoje, os cinemas lotam para testemunhar o heroísmo, a barbárie e as fantásticas histórias, reais ou fictícias, inspiradas por aquela que foi chamada de “a última guerra justa” (se é que esse termo pode ser aplicado a qualquer evento desse porte). Nessa esteira surge Operação Overlord, que, aos horrores da guerra, acrescenta o terror cinematográfico. E, por incrível que possa parecer, essa mistura um tanto improvável, rende um filme eletrizante.

Apostando no realismo e crueza das cenas de batalha, tendência inaugurada pela obra prima de Steven Spielberg, O Resgate do Soldado Ryan, Operação Ovelord mostra a que veio logo nos minutos iniciais, ao acompanhar a tensão dos paraquedistas da Divisão Airborne One, pouco antes de saltar além das linhas inimigas para flanquear os alemães e facilitar o desembarque das tropas aliadas no famoso Dia D, cujo nome da campanha batiza o filme. Toda a sequência, que já nasce clássica é de deixar o espectador grudado na cadeira, principalmente quando os soldados têm que saltar, à noite e de aviões em chamas, em meio a uma saraivada de fogo antiaéreo e metralhadoras, sem saber ao certo onde irão cair. É desesperador.

Dirigido com segurança pelo australiano Julius Avery (foto acima) e produzido por J. J. Abrams, a produção não tem pressa de estabelecer a trama, o cenário e apresentar os personagens. Seguindo a linha de “filmes de missão”, dentro do gênero guerra, que ficaram muito famosos na década de 1960 e deixaram clássicos como Os Canhões de Navarone, O Desafio das Águias, Os Doze Condenados e vários outros, Operação Overlord trata do plano de destruição de uma torre alemã, instalada na igreja de uma pequena vila francesa, e que causa interferência nas comunicações aliadas. Detalhe, o pequeno grupo precisa fazer isso poucas horas antes do desembarque aliado nas praias da Normandia, ou toda megaoperação de invasão estará em risco.

Os elementos de horror começam a surgir após a chegada dos soldados ao vilarejo, onde são ajudados por uma moradora. A partir daí, a trama aborda, de forma ficcional, é claro, outro crime nazista: experiências macabras realizadas nos prisioneiros em busca do aperfeiçoamento racial. A tensão que permeia todo o filme explode nas telas com muita violência, tanto nas cenas de batalha quanto nas de horror, ao que contribuem a espetacular edição de som, que coloca o espectador no meio da ação, e a nervosa trilha sonora de Jed Kurzel.

Embora tenha (muitos) momentos genuinamente de suspense e horror, Operação Overlord, por sua estrutura, trama e desenvolvimento da história, é predominantemente um filme de guerra. E dos bons.


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