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Sense8: Amor Vincit Omnia

Amor Vincit Omnia (O amor conquista tudo). Não há melhor título para resumir o que foi a jornada de 8 indivíduos que ganharam vida nas mãos das tão talentosas irmãs Wachowski.

Imagem: Netflix

Sense 8 teve sua estréia em junho de 2015, produzida e lançada pela Netflix e dirigida, escrita e produzida por Lilly e Lana Wachowski e por J. Michael Straczynski. Para quem não se lembra, as irmãs Wachowski foram as mesmas que dirigiram e produziram Matrix. J. Michael Straczynski por sua vez, foi o responsável por Babylon 5, dentre outras grandes obras do cinema. Então, já era de se esperar grandes coisas sobre uma série que carregava seus respectivos nomes.

Sense8 (em uma analogia á palavra em inglês sensate – sensitivo) conta a história de 8 pessoas que vivem em lugares distintos no mundo e um belo dia descobrem-se conectadas entre si. Ao longo dos episódios descobrimos que os sensates na verdade são uma outra espécie de ser humano, os homo sensorium, que possuem a capacidade de se conectar mentalmente um com o outro, ou uns com os outros, caso pertençam ao mesmo cluster, nome que se dá ao grupo que está conectado. Seus membros são todos nascidos no mesmo dia e momento exato, e enquanto um nascimento comum transfere genes, um nascimento sensate transfere experiências sensoriais e memórias. Quando Angélica (Daryl hannah) deu a luz ao cluster 8 de agosto, partes de sua consciência passaram a ecoar em cada um deles.

Imagem: Entertainment Weekly

A série baseia-se em contar a história individual de cada um de seus 8 personagens dentro de seu cotidiano, seus países de origem, cultura e obstáculos diários. Aos poucos também desenvolve a relação que passam a construir entre si e os novos desafios de se descobrirem homo sensorium, como a perseguição por parte da OPB (Organização de Preservação Biológica), entidade de pesquisa criada inicialmente para proteger e estudar os sensates e seus efeitos sobre a evolução humana. Com o passar do tempo e após os ataques de 11 de setembro de 2001 a organização transformou-se e passou a considerar o homo sensorium uma ameaça, e a caçar e realizar experiências com os mesmos transformando-os em zumbis sob a ordem de Sussuros (Terrence Mann), um sensate que cobiçava poder e controle sob todos os outros de sua espécie.

Durante duas temporadas acompanhamos o desenvolvimento da série, que ainda prometia muita história ao ter seu cancelamento oficial anunciado pela Netflix em 2017. Apesar de ter conquistado grande aceitação por parte do público brasileiro, o resultado alcançado não foi o mesmo em outros países. Talvez, isso possa dizer um pouco sobre o povo brasileiro, que ao se deparar com um conteúdo onde o intuito é ressaltar o respeito à diversidade e a inclusão, se identifique com o que é mostrado na tela. E foi toda essa paixão dos brasileiros que fez com que a Netflix concordasse em produzir um capítulo final para Sense8, que teve sua pré-estréia realizada em São Paulo, durante a semana do Orgulho LGBT na cidade, ao lado de boa parte do elenco e de uma multidão de fãs apaixonados.

O episódio de duas horas e meia é um deleite para os fãs. Além de resolver todas as questões que ficaram pendentes no final da segunda temporada, possui desfechos de personagens que nunca imaginaríamos serem possíveis, mas que agradaram a todos. A história tem momentos rápidos e parece “correr” para resolver todos os ganchos em um curto período de tempo, mas sabemos que era necessário diante do “pouco” tempo apresentado.

Para os desinformados, entendam que Sense8 é muito mais do que uma série sobre orgias, relacionamentos homossexuais e transexuais. Apesar de serem presentes na série, são apenas detalhes de uma produção que somente pode ser descrita como bela. Há beleza nos diálogos, nas falas de seus personagens, nos cenários ao redor do mundo onde as imagens foram gravadas (é de se tirar os fôlego as paisagens da Índia, México e Islândia) e principalmente na mensagem que a série quis passar, e que cá entre nós, fãs brasileiros de coração e alma quente, eles conseguiram com sucesso: estamos todos conectados.

Imagem: Out Magazine

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