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Deadpool 2 detona o politicamente correto


A lei das continuações de filmes de sucesso em Hollywood sempre foi de que a sequência deveria ter tudo o que apresentou o original multiplicado por dois. Eles têm que ser filmes maiores e, em teoria, melhores. Nem sempre essa matemática funciona, vide os casos das continuações de Independence Day, Transformers e vários outros.


Porém, quando essa conta fecha, temos pérolas como O Império Contra-Ataca, Mad Max 2 – A Caçada Continua, Aliens o Resgate e Capitão América - O Soldado Invernal. É nessa categoria que Deadpool 2 se insere. O filme tem mais ação, humor e violência que o original. E é tão legal quanto. Se é que isso era possível.


Se o roteiro, em si, não apresenta grandes novidades, a metralhadora giratória de referências, citações, homenagens e gozações com ícones da cultura pop, está totalmente carregada e com a mira afiada. Ninguém escapa da língua ferina e politicamente incorreta do personagem interpretado novamente por Ryan Reynolds. Nem mesmo Logan, Vingadores, Robocop, O Exterminador do Futuro, Lanterna Verde, Flashdance e vários outros, que são citados e, às vezes, esculachados pelo herói.


Por mais incrível que possa parecer para um filme de Deadpool, e como o personagem bem avisa no início da produção, a história fala sobre família. Nele, o mercenário desbocado precisa entender o conceito do que realmente significa ser um herói ao proteger um jovem mutante que se torna alvo do super soldado Cable (papel de Josh Brolin, provando porque entrou no universo Marvel pela porta da frente). O segundo time dos X-Men, liderado por Colossus, volta a participar dessa aventura, que conta também com pontas de personagens e astros do cinema. Não pisque, senão você perderá a aparição de muitos deles.


Dirigido por David Leitch, Deadpool 2 é, acima de tudo, um dos filmes mais divertidos e bem realizados do ano, com ação quase que ininterrupta, dezenas de referências bacanas, violência extrema e muito bom humor. Toda a sequência do grupo formado por Wade, o X-Force, é hilariante, e a solução final do roteiro, para resolver um drama pessoal do personagem principal é previsível, mas bem bacana, ainda que ele insista em chamar o roteirista de preguiçoso.


Toda essa postura radical do filme, principalmente numa época de discursos panfletários, é um oásis no deserto do politicamente correto. Todavia, ainda sim, Deadpool 2 não escapou de polêmicas. No Brasil, a justiça decidiu elevar a classificação do filme para 18 anos, depois reduzida para 16. A outra polêmica do filme se refere à cena pós-créditos, que foi limada pelos produtores após as exibições teste. Mesmo com toda a violência gráfica apresentada nos 120 minutos de filme, ver um bebê sendo esganado pelo mercenário foi demais para o espectador. Ainda que essa criança fosse o pequeno Adolf Hitler.


Por isso, a você que ainda não assistiu Deadpool 2 fica o aviso: existem ótimas cenas durante os créditos, porém, não é necessário ficar até o final deles porque não há nada lá.




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