The Rain é mais uma série pós apocalíptica?
Há algum tempo atrás parecia quase impossível convencer um brasileiro a assistir a uma série dinamarquesa. Ou alemã. Ou espanhola. Nos tornamos viciados nos padrões apresentados pelos americanos e até mesmo as produções britânicas recebem muitas críticas por serem diferenciadas. Mas, eis que um belo dia surge a Netflix disposta a mudar este conceito e nos enriquecer com tanta diversidade cultural. E consegue.
Imagem: Express
The Rain é uma série da Dinamarca co-produzida pela Netflix com oito episódios de 45 minutos, e ambientada na Escandinávia em um mundo pós-apocalíptico. Dessa vez, a destruição em massa da população aconteceu após uma chuva misteriosa, que continha um vírus que matava instantaneamente quem entrava em contato com ela. As imagens e os trailer divulgados para o lançamento eram muito semelhantes à Dark, com o mesmo tom sombrio e pasmem – o mesmo garoto de jaqueta amarela. Entretanto, tanto a história como a produção são bem diferentes.
Imagem: The Daily Beast
The Rain trata da luta pela sobrevivência. Os irmãos, Rasmus (Lucas Lynggaard Tønnesen) e Simone (Alba August) estão há 6 anos presos em um bunker da Apollon, empresa em que seu pai cientista trabalhava, após o mesmo os ter levado para lá antes da chuva cair. Ao serem obrigados a sair do bunker, se deparam com uma realidade deteriorada e completamente diferente do mundo que conheciam. Junto com outros sobreviventes, eles precisam agora encontrar o pai, que poderá trazer algumas respostas sobre o que aconteceu ali.
Assistir a uma série dinamarquesa é uma experiência nova, e alguns pontos podem causar estranheza para todos que estão acostumados com o padrão americano. A escolha do elenco é diferente e não se vê atores muito bonitos ou atléticos. A expressão emocional de cada um também pode parecer mais vazia e com falhas de atuação, mas é preciso lembrar que são todos atores iniciantes ou com experiência reduzida em mega produções, diferente de Dark, que já trazia um elenco mais experiente e conhecido do público.
A trama também abre espaço para críticas sociais percebidas principalmente no individualismo com que os sobreviventes lidam em busca de abrigo e comida. A fotografia também mostra paisagens deslumbrantes em contraste com a destruição do apocalipse, destaque para a cena do Burger King. O zoom da gota de chuva caindo do céu também é um show a parte.
Ainda não há nenhuma confirmação sobre a segunda temporada, mas como a série tem recebido críticas positivas, é bem provável que seja renovada.