Música para Jaegers e Kaijus
Continuações de filmes de sucesso podem se tornar uma faca de dois gumes, especialmente se à frente do primeiro exemplar existirem nomes de peso por trás em sua produção. O próximo a enfrentar esse desafio é Círculo de Fogo: A Revolta, sequência da ficção científica escrita e dirigida pelo agora oscarizado Guillermo Del Toro.
A missão do diretor Steven DeKnight não é nada fácil. Ocupar a cadeira de um visionário como Del Toro e dar continuidade ao universo criado por ele pode se transformar numa gigantesca batata quente. O mesmo vale para o compositor escocês Lorne Balfe (foto acima), que assume a batuta da trilha sonora no lugar do talentoso e competente Ramin Djawadi, de Game of Thrones, Homem de Ferro, Westworld, A Grande Muralha e muitos outros trabalhos de qualidade.
Balfe, que tem em seu currículo composições para O Exterminador do Futuro Gênesis, Ghost in the Shell: A Vigilante do Amanhã, Tempestade: Planeta em Fúria, Lego Batman: O Filme, Churchill, 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi e a segunda temporada de The Crown, além de co-autoria com seu mentor Hans Zimmer (foto acima) nas trilhas de Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras, A Origem e Megamente, entre outros, compôs um score movimentado que cumpre muito bem seu objetivo de sublinhar as imagens na tela.
Não espere, no entanto, uma trilha que você saia assobiando ou tenha grudada na memória ao término do filme. Embora Balfe procure seguir um caminho similar ao percorrido por Djawadi no primeiro Círculo de Fogo, com muita percussão e eletrônicos, com a eventual presença de uma guitarra para trazer um peso hard rock para as aventuras dos gigantes de metal que se engalfinham com monstros das profundezas, suas composições soam genéricas, sem identidade. Tanto é assim, que o marcante tema composto por Djawadi aparece na faixa "Go Big or Go Extinct" para lembrar o espectador que se trata de um exemplar da mesma franquia.
Isso posto, a trilha sonora de Círculo de Fogo: A Revolta é ruim? Não, de forma alguma. Ela tem momentos muito bons, é agitada, bem executada e apresenta orquestrações bacanas, porém não oferece nada de novo ou de facilmente identificável, o que, aliás, está se tornando quase que uma marca registrada da maioria dos compositores atuais. Os scores de boa parte dos filmes de hoje não são facilmente distinguíveis entre si, dando a sensação de todos pertencerem a uma mesma produção.
O CD traz ainda três canções: Daddy Yo, interpretada por Wizkid; Nobody Speak, com DJ Shadow; e Come Down, de Anderson Paak.
Relação de faixas:
01- Pacific Rim Uprising 02- Born Into War 03 - Rise of the Jaegers 04- Go Big Or Go Extinct (Patrick Stump Remix) 05- Daddy Yo" (Wizkid) 06- Shatterdome Arrival 07- Sneaking In 08- Shao Industries 09- Scrapper Chase 10- Flashback 11- Nobody Speak (DJ Shadow Feat. Run The Jewels) 12- Kaiju Brain 13- Combat 14- Obsidian Fury 15- Get It Done 16- Come Down (Anderson .Paak) 17- Shatterdome Attacked 18- Amara 19- Coming Together 20- On the Move 21- Mega Kaiju 22- Battle Speech 23- End Game 24- Victory 25- The Revenge
Escute a faixa The Revenge
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