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Música | O rugido do Pantera Negra



A máquina Marvel de produzir ótimos filmes de super-heróis continua afiada e Pantera Negra é o mais recente exemplo dessa trajetória bem sucedida. O filme, que chegou metendo o pé na porta de Hollywood ao trazer um elenco predominantemente afro-americano (e não poderia ser de outra forma, já que os personagens são africanos), e continua recebendo críticas positivas nos lugares onde é exibido, ganhou nada menos que duas trilhas sonoras. A primeira delas é o score, propriamente dito, criado pelo compositor e guitarrista sueco Ludwig Göransson, a qual comentaremos aqui, e a outra são canções escritas para filme pelo rapper americano Kendrick Lamar (foto abaixo).



Se, até o momento, os filmes do Universo Marvel haviam recebido trilhas sonoras um tanto convencionais, sem muitos temas marcantes, salvo, talvez, as de Os Vingadores e do primeiro Thor, dos veteranos Alan Silvestri e Patrick Doyle, respectivamente, as composições de Ludwig Göransson para o príncipe de Wakanda trazem um frescor renovado e não negam a origem afro do personagem.



Para ser fiel a este espírito, Göransson (foto acima), que tem em seu currículo as trilhas sonoras de Creed - Nascido para Lutar, Central de Inteligência e Família do Bagulho, passou um mês no continente africano, buscando inspiração e um novo entendimento a respeito dos alicerces de sua música para o filme. “Eu voltei com uma ideia totalmente diferente de música, um conhecimento diferente. A música que eu descobri foi tão única e especial. O desafio estava na forma como eu usaria isso como fundamento para toda a trilha, acompanhado de orquestra e técnicas modernas de produção, de uma maneira que não perdesse a autenticidade africana”, revelou o compositor.



A gravação do score, que tem 28 faixas, foi realizada em Londres unindo uma orquestra clássica acidental, de 132 instrumentos, com percussionistas africanos e um coro de 40 vozes. O resultado é uma trilha sonora coesa e poderosa, que alterna momentos intimistas com momentos heroicos e corais épicos, tudo isso permeado por tambores tribais e vocais étnicos que, em alguns momentos parecem fazer parte de algum antigo e primitivo ritual religioso. “Os tambores Sabar são usados ​​na luta tradicional africana, o que os torna perfeitos para as cenas de ação", explica Göransson.



A magnífica trilha sonora surge como o acompanhamento perfeito para a história do Pantera Negra, pontuando cada centímetro de celuloide com composições inspiradas, que elevam a categoria “música para filme de herói” a um novo patamar. “Combinar de maneira nova esses três elementos, orquestra e produção moderna com ritmos e harmonias tradicionais africanas, em algo tradicionalmente autêntico e verdadeiramente único, nos permitiu, espero eu, encarnar o coração e a alma de Wakanda”, conclui o sueco.



Pantera Negra, o filme e a trilha sonora, trazem impressos, em cada segundo de duração, a marca de qualidade e o zelo da Marvel com seus personagens. Vida longa ao rei!


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