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Parem as Prensas! | O Jornalismo no Cinema



A chegada aos cinemas do vigoroso The Post – A Guerra Secreta, de Steven Spielberg, abre espaço para relembrarmos grandes momentos do jornalismo nas telas. É claro que, como toda lista, alguns títulos poderão ficar de fora, por isso, acrescente nos comentários da matéria aquele que, em sua opinião, não pode ser esquecido.



Hollywood, que tem a capacidade de transformar em filme praticamente todo e qualquer tema, não poderia deixar de fora a imprensa, com todo seu potencial para grandes investigações, assuntos polêmicos, críticas e presença constante na sociedade. Especialmente nesses tempos em que estamos vivendo, nos quais a liberdade de imprensa vem sendo ameaçada por governantes e candidatos em diversos países do mundo, inclusive os EUA e o Brasil.



Como não poderia deixar de ser, a incursão do tema nas salas de projeção deixou grandes clássicos, dentre eles aquele que é considerado pela crítica como o melhor filme de todos os tempos, Cidadão Kane. Dirigida por Orson Welles, a película narra a trajetória de um mega empresário das comunicações, que teria sido livremente inspirado na vida do milionário William Randolph Hearst.


O Brasil ganhou sua versão cinematográfica de um magnata das comunicações no polêmico Chatô – O Rei do Brasil, cuja produção ficou suspensa por duas décadas devido a uma série de acusações de mau uso de verbas governamentais por parte do diretor Guilherme Fontes. Baseado no livro homônimo de Fernando Moraes, o filme acompanha a história de Assis Chateaubriand, fundador dos Diários Associados. Filmado em 1995, Chatô só foi concluído e lançado em 2015.



No cinema como na vida real, a imprensa está em todos os lugares. Filmes emocionantes nos levaram aos horrores dos campos de batalha através do ponto de vista dos correspondentes de guerra. Desta safra merecem destaque Os Gritos do Silêncio, de Roland Joffé (foto acima); Salvador, o Martírio de um Povo, de Oliver Stone; Bem vindo a Sarajevo, de Michael Winterbotton; Fomos Heróis, de Randall Wallace; e Sob Fogo Cerrado, de Roger Spottiswoode.



Os jornalistas também se dedicam a investigar denúncias que mudaram o curso da história e inspiraram produções como Frost-Nixon, de Ron Howard, O Informante, de Michael Mann, e o eletrizante Spotlight – Segredos Revelados, de Thomas McCarthy.



Nesse escalão se enquadra a mais nova obra de Spielberg, que traz Meryl Streep e Tom Hanks munidos de diálogos afiados, para publicar segredos governamentais que escondem verdades terríveis sobre a Guerra do Vietnã. O interessante é que The Post – A Guerra Secreta termina exatamente no momento da História onde tem início outro excelente exemplar do gênero, Todos os Homens do Presidente, de Alan J. Pakula (foto acima). Eles podem ser assistidos em sequência, como se um fosse continuação do outro, embora 42 anos os separem.



Conspirações fictícias, investigadas ou mesmo criadas pela imprensa, também desfilaram pelos cinemas, no criativo Mera Coincidência, de Barry Levinson, e no tenso A Conversação, de Francis Ford Coppola. Na comédia A Entrevista, de Seth Rogen, dois jornalistas viajam até a Coreia do Norte com a intenção de fazer uma matéria com o ditador Kim Jon-um, só que são cooptados pela CIA para matar o líder asiático.



Deixando de lado as denúncias, muitas produções se dedicaram simplesmente a mostrar como funcionam as redações. O Jornal, de Ron Howard, Nos Bastidores da Notícia, de James L. Brooks, e Rede de Intrigas, de Sidney Lumet, são excelentes exemplos. Outras mostraram o lado perigoso das investigações jornalísticas, como os tensos Zodíaco, de David Fincher; Síndrome da China, de James Bridges, e Lobos e Cordeiros, de Robert Redford. O lado glamouroso da profissão apareceu nos divertidos Quase Famosos, de Cameron Crowe, e O Diabo veste Prada, de David Frankel.



De volta ao Brasil, filmes como Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, Jenipapo, de Monique Gardenberg e a comédia As Aventuras de Agamenon – O Repórter, de Victor Lopes, trouxeram visões distintas sobre a profissão.



O sensacionalismo da imprensa é a arma dos maus profissionais, como os retratados em A Montanha dos Sete Abutres e A Primeira Página, ambos de Billy Wilder; A Embriaguez do Sucesso, de Alexander Mackendrick; O Quarto Poder, de Costa-Gavras; O Povo contra Larry Flint, de Milos Forman; e no perturbador O Abutre, de Dan Gilroy (foto acima).



No entanto, não precisamos temer estes vilões, já que entre os profissionais da imprensa temos ninguém menos que Clark Kent e Peter Parker.




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