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La Casa de Papel | Confira a nossa crítica à série



No final de Dezembro de 2017, a Netflix começou a distribuir oficialmente a série "La Casa de Papel", série espanhola produzida pela emissora de mesma nacionalidade Antena 3. A série no canal original teve 15 capítulos com duração média de 70 minutos, na Netflix, os 9 primeiros capítulos foram divididos em 13 com duração média de 45 minutos, os outros 6 capítulos saem em Abril de 2018. Essa estréia pegou várias pessoas de surpresa, ironicamente  como um assalto, por não ter sido tão explorada no marketing até então. Porém, com o boca a boca, a produção espanhola vem se tornando aos poucos uma febre entre os brasileiros. E com muito mérito!


A trama é contada com muito esmero e riqueza nos detalhes, porém sem enrolação. Como em quase toda obra relacionada à assalto, La casa se Papel também é repleta de ação e drama, mas o que a torna única das demais obras é a capacidade que ela tem de envolver romance, política e assuntos que estão em alta na sociedade como aborto, religião e feminismo, sem levantar a voz especificamente para nenhum desses assuntos, todos eles vêm na medida certa, fazendo com que o telespectador entenda o ponto de vista dos personagem e pare para refletir sobre o assunto.


A série inicia com a personagem Tóquio contando um pouco sobre quem ela é, e algumas coisas que ela diz reverbera ao longo da primeira parte da primeira temporada que já foi liberada pela Netflix. Mas a mais importante é a seguinte frase "misturar amor e trabalho nunca dá certo". A personagem conta como se tornou uma assassina quando teve que matar um segurança no seu 16º assalto, e que por isso agora é procurada em toda a Espanha.


Ela resolve fugir, quando encontra o mestre da operação, o personagem que conhecemos por Professor.

O Professor (Álvaro Morte) reúne 8 outros membros especialistas e dá codinome a todos eles a fim de preservar a identidade, e eles devem manter total sigilo sobre suas identidades verdadeiras, até mesmo entre eles, assim temos os personagens como conhecemos: Tóquio (Úrsula Corberó), Denver (Jaime Menéndez), Rio (Miguel Herrán), Moscou (Paco Tous), Berlin (Pedro Alonso), Nairobi (Alba Flores), Helsinque (Darko Peric) e Oslo (Roberto Garcia). E apresenta aos assaltantes um plano perfeito: Um assalto à casa da moeda da Espanha, onde eles não iriam roubar nada de ninguém, mas ao invés disso fabricariam o próprio dinheiro, mais especificamente 2.4 bilhões de euros.

Além do núcleo de dentro da casa da moeda, com os 8 assaltantes e os 60 reféns, que contam com personagens interessantíssimos, como o presidente da casa da moeda Arturo Román (Enrique Arce) e sua secretária e amante Mónica Gaztambide (Esther Acebo). Temos tamém o núcleo de fora da casa, que gira em torno da polícia, mais especificamente da inspetora Raquel Murillo (Itzar Ituño) que está passando por um momento muito turbulento na sua vida pessoal, que agora precisa ser conciliado também com o caso mais importante da sua vida profissional.


Uma crítica recorrente em séries com bastante capítulos tem sido as famosas "barrigas" que geralmente aparecem durante alguns episódios para preencher o tempo necessário para se completar um episódio, mas em La Casa de Papel isso não pode ser uma reclamação, o roteiro nessa obra trabalha perfeitamente com a montagem e quase todas as cenas sempre têm um propósito maior no decorrer do episódio, despertando assim a atenção de seu público para que todos os desfeches sejam entendidos e aceitos.

Um exemplo muito bom disso vem logo no episódio piloto. Que é iniciada com a descrição da personagem principal, e termina com ela e seus companheiros de assalto dentro da casa da moeda quebrando uma regra imprescindível.


O Roteiro consegue conciliar uma trama, que normalmente é muito unilateral, muito bem, colocando várias ponderações dentro das ações tanto dos assaltantes, quanto da polícia, e até mesmo dos reféns, dando bastante humanidade e tirando a bipolaridade de bem e o mal. Fazendo com que assim os personagens ganhem muita profundidade e gerando a empatia, ou anti-patia, por todos os rostos que tomam tempo de tela. Na metade da série o telespectador se vê torcendo tanto pela polícia, quanto pelos assaltantes, e ao mesmo tempo pelos reféns. Destacando ainda mais a qualidade da série como um todo, mas mais especificamente do roteiro.



A escolha do diretor de contar o plano com flashbacks é muito acertada, pois durante quase todo o desenrolar da trama, o telespectador fica com uma sensação de confusão, fazendo com que a atenção e o anseio pelas respostas aumentem a cada minuto.


A fotografia, direção de arte e direção de fotografia também é muito assertiva, usando e abusando das cores quentes, principalmente o vermelho para se tratar de violência, usando movimentos de câmeras bruscos nas cenas de ação, e movimentos suaves nas cenas de tensão.


Tudo isso vem juntamente com uma trilha sonora maravilhosa (que pode ser encontrada inclusive no spotify) e uma edição muito afiada, fazendo cortes precisos, seja nos diálogos, seja nas cenas que demonstram confusão, claustrofobia. Tudo na série está perfeitamente onde deveria. Isso sem esquecer é claro das atuações, que estão muito boas em todos os personagens, alguns atores e algumas atrizes são renomados na europa, como é o caso da Úrsula Corberó, Paco Tous, Alba Flores e Enrique Arce. Mas mesmo os nomes não tão conhecido estão muito bem, trazendo ainda mais a atenção à essa obra que está de tirar o fôlego.


As duas maiores críticas que podem ser pontuadas são a narração da personagem principal, que em alguns pontos parecem ligeiramente forçadas, e os cortes feitos pela Netflix para ganhar mais episódios, que de certa forma é o famoso "Pitaco dos engravatados em uma obra de arte", que é muito recorrente no meio do áudio visual. Mas de forma nenhuma isso atrapalha a imersão total dentro dessa série!


Todos os capitulos da primeira parte de La casa de Papel estão disponíveis na Netflix e a  segunda parte da primeira temporada será disponibilizada no dia 6 de Abril de 2018. Não Perca!

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