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O Brasil dos Steelbooks


Até algum tempo atrás, muita gente nunca tinha ouvido falar em Blu-ray. A tentativa de explicar que se tratava de um disco digital com capacidade de armazenar vídeo e áudio de alta definição muitas vezes era frustrada e a definição mais fácil, de que era um DVD HD acabou prevalecendo. Atualmente, outro termo, já bastante conhecido entre os colecionadores de filmes, ganhou destaque no país do futebol: Steelbook.

Mas, afinal de contas, o que é um Steelbook e porque ele faz tanto sucesso entre os aficionados por filmes? O Steelbook (livro de aço, em tradução literal), como o próprio nome revela, é um estojo metálico para acondicionamento de discos digitais (CDs, DVDs e Blu-rays). Para acomodar a mídia, a embalagem dispõe de uma bandeja plástica exclusivamente projetada para essa função. Dependendo do produto, essas bandejas podem acondicionar um ou mais discos. Os Steelbooks costumam ter edições limitadas ou exclusivas de determinados títulos, com artes diferenciadas. Por isso se tornaram objeto de desejo de muitos colecionadores de filmes.


Quando o Blu-ray chegou a terras tupiniquins, prometendo uma revolução na maneira de se assistir filmes em casa, com imagem 1080p e som HD com mais canais que os 5.1 do DVD, os entusiastas do formato comemoraram. E o início foi promissor. Praticamente todas as produtoras disponibilizavam tanto lançamentos quanto títulos de catálogo, mas, e no caso do Brasil sempre tem um mas, o formato não decolou. E as razões foram várias: preços elevados das mídias, necessidade de aquisição de um player específico e de uma TV full HD e, principalmente, a marcante referência que o DVD ainda tem, junto aos brasileiros, com sua enormidade de títulos, preços populares e gigantesca oferta nas bancas de produtos piratas.



Com todos esses obstáculos, somados à maior crise econômica da história desse país, os lançamentos de Blu-rays foram rareando até ficarem restritos a praticamente os títulos de grande apelo e bilheteria. O formato teve sua morte anunciada várias vezes por aqui, mas resistiu a ponto de ir se tornando um produto de nicho, destinado a consumidores mais exigentes e, principalmente, aos colecionadores.

Essa sobrevida permitiu que os desejos mais ardorosos desse público pudesse ser atendido, com a chegada dos primeiros títulos em estojos Steelbook, um formato que já era consagrado no exterior desde a época do DVD. O primeiro filme lançado no Brasil com essa embalagem metálica foi Velozes e Furiosos 6, em janeiro de 2013. Após um hiato de mais de dois anos, em novembro de 2015 duas grandes surpresas são anunciadas: a aclamadíssima série Breaking Bad, que ganhou um belo lançamento num box com nada menos que seis Steelbooks decorados com desenhos exclusivos de Ralph Steadman, e a saga Star Wars, que teve os seis filmes das duas trilogias lançados individualmente. O sucesso foi absoluto e abriu as portas para que mais títulos fossem lançados no formato.

De lá para cá, entre 2016 e 2017, chegaram ao Brasil em caixinhas de metal Star Wars – O Despertar da Força, os oito filmes de Harry Potter, Esquadrão Suicida, as seis primeiras temporadas do megassucesso Game of Thrones (com cinco discos cada uma), Animais Fantásticos e onde Habitam, Rogue One – Uma História Star Wars, Logan, Guardiões da Galáxia 2, a coleção Alien (com seis filmes num único box), Mulher Maravilha, Homem Aranha De Volta ao Lar, Transformers – O Último Cavaleiro e Carros 3.


O ano de 2018 nem bem começou e já temos excelentes títulos anunciados em steelbook. Em janeiro temos Blade Runner 2049, excelente continuação do cult de 1982, estrelado por Harrison Ford, e Dunkirk, o ótimo suspense de guerra dirigido por Christopher Nolan. Março será o mês dos super heróis, com a terceira aventura do Deus do Trovão, Thor Ragnarok, e a esperada e, para muitos, decepcionante, Liga da Justiça. Em abril, chega o amado e odiado Star Wars - Os Últimos Jedi.



Mesmo com preço girando em torno dos R$ 100 (para edições simples e duplas), muitos dos títulos citados acima se esgotaram no lançamento, obrigando as distribuidoras a produzirem novas tiragens para atender à demanda. Ao que parece, mesmo podendo ser considerado um nicho dentro de outro nicho, os Steelbooks chegaram para ficar. A “colectosfera” agradece.




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