Action Figures | O problema das figuras exclusivas
Foto:(Denis Poroy/Invision/AP) Para muitos, a Comic Con Experience 2017 foi a pior edição do evento, tanto pelas atrações, que deixaram a desejar, quanto pelo problema com a distribuição de itens exclusivos. Uma das figuras que estavam sendo vendidas no evento era o “Kilowog”, personagem que é membro chave da “Tropa dos Lanternas Verdes”, DC Comics, fabricado pela marca Iron Studios, com preço de vitrine de R$429,99.
Foto:(Iron Studios)
Nada demais até aí. O problema é que a peça já está alcançando preços na casa dos quatro dígitos com revendedores da internet. A figura baseada na arte de Ivan Reis é apenas mais uma dentre os diversos itens exclusivos de eventos que encaram esse tipo de inflação. Um dos maiores defeitos da CCXP apontado entre os colecionadores é a vantagem que lojistas e funcionários do evento têm em relação aos visitantes comuns. Como as pessoas que trabalham lá têm acesso antecipado ao interior da CCXP e, eventualmente, às filas, fica mais fácil de garantir os itens com quantidade limitada. Muitos até compram diversos exemplares da mesma peça para poderem vender no Mercado Livre mais tarde a preços exorbitantes.
Infelizmente, não é um contratempo somente do mercado de action figures brasileiro. A comunidade americana de Funko Pop sofre quase a mesma coisa. Lá, além de exclusivos de eventos como San Diego Comic Con e New York Comic Con, alguns personagens recebem versões diferentes, sendo vendidos em estabelecimentos específicos como Walgreens, Hot Topic e FYE. Em redes de supermercados como Target e WalMart, os funcionários acabam fazendo a mesma coisa que os funcionários da CCXP: antes de levar os cabeçudinhos para as prateleiras, quem trabalha dentro do local simplesmente separa os exclusivos, compra no valor de etiqueta e revende por preços altíssimos no Ebay.
Foto:(Funko)
Um bom jeito de evitar esse tipo de prática é a tática já aplicada em feiras e grandes eventos na América do Norte e Europa. A maioria das marcas que vendem itens exclusivos adotou um sistema de loteria. Quem tem interesse em comprar, vai até o stand, retira uma senha e fica no aguardo. Em um determinado horário, a marca sorteia as senhas que têm o direito de comprar, disponibilizando apenas uma peça por senha, evitando a inflação de preço após o evento. Muitos colecionadores no Brasil dizem já ter enviado essa sugestão para a Iron Studios.