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Mulher-Maravilha: Um frescor aos filmes de super-heróis.


Sim, Mulher-Maravilha é um dos melhores filmes de origem, e o melhor desse universo cinematográfico compartilhado da DC Comics. Provavelmente, Mulher-Maravilha era o personagem que mais merecia uma nova reencarnação fora dos quadrinhos e animações da DC, com a forte, porém antiga, figura de Lynda Carter no papel, no seriado da década de 70, a figura da amazona, guerreira e maior super-heroína de todos os tempos, estava a tempo demais fora do público em geral. Mas o momento da DC não era o ideal, com filmes criticados por público e especialistas, as opiniões sempre polarizando, uns amando e outros nem tanto, correr o risco de um blockbuster de um personagem que nunca havia atingido os cinemas como protagonista poderia ser um risco que tanto a DC quanto a Warner não poderiam correr. A menos que acertassem. E isso aconteceu. Mulher-Maravilha é um deleite aos fãs e não fãs, crianças e adultos, homens e mulheres.

O longa dirigido por Patty Jenkins, adapta a origem da amazona de forma bem fiel aos quadrinhos, bebendo da fonte da antiga origem de George Perez e da atual, por Brian Azzarelo, trazendo toda uma trama de mistério e revelação ao filme, fugindo da fórmula de origens convencionais, mostrando a trajetória do herói e suas motivações, e sim um personagem que não se encaixava perfeitamente em nenhum dos meiosn em que vivia, e se descobre no decorrer da história, junto com os telespectadores, fazendo com que a trama, guerra mundial, já utilizado de forma exagerada nos cinemas, ficasse menos cansativa e repetitiva, e trazendo um novo fator aos filmes de origem, que desde o nascimento da Marvel Studios, têm seguido um padrão já estabelecido, uma formula sempre utilizada. O elenco do filme tem grandes atuações, Gal Gadot interpreta uma mulher inocente e pura, de forma convincente e vai amadurecendo no decorrer do filme, até se tornar uma mulher cascuda, mais semelhante á primeira impressão que tivemos da Mulher-Maravilha nos cinemas, em Batman vs Superman, os momentos em que toda sua inocência e ignorância encaram o mundo dos homens em Londres rendem as mais divertidas e engraçadas cenas do filme, junto com seu elenco de apoio, que colaboram de maneira precisa nas cenas em que as piadas são contadas. Chris Pine é um grande Steve Trevor, não se apoiando ao papel de interesse amoroso, e acrescentando muito ao filme, sendo o fio condutor da trama, mas sem roubar a cena da própria protagonista, e se a dupla de atores principais do filme convencem, a dupla de vilões não deixa nada a desejar, com uma firme interpretação de Danny Huston, que imprime um sotaque jamais visto em atuações passadas, amedrontador e ameaçador, e Elena Anaya, como Doutora Veneno, os vilões são bem apresentados, de forma orgânica, funcionando mesmo sem um maior aprofundamento em suas origens e motivações. O filme é bonito, e extrai toda a beleza natural que a ilha das amazonas, Temiscira, deveria ter, trazendo um total contraste com a recentemente industrializada Londres, fazendo um paralelo entre o mundo tocado pelos homens e seus males e ambições, as paletas de cores são bem diferente das de Batman v Superman e Superman: O homem de aço, casando perfeitamente com o tom mais leve e otimista do filme, até nas cenas de guerra e destruição, não se sente a falta de cor, ás vezes até apática dos filmes anteriores. Talvez o maior erro deste filme seja os excessos em efeitos de slow motion, as cenas de luta são belamente coreografadas e convincentes, porém o excesso de tais recursos trazem um pouco de cansaço e até obviedade no decorrer do filme, mas nada que estrague as cenas ou afete sua avaliação sobre o filme.

Mulher-Maravilha é o maior acerto da DC até aqui, solidificando o papel da heroína neste recente universo cinematográfico da editora, e criando uma forte impressão, estreando de forma impecável, uma heroína com seu próprio filme nos cinemas.



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